Através dos avanços tecnológicos diversas
atividades rotineiras foram adaptadas e facilitadas a partir do desenvolvimento
de dispositivos que objetivam dinamizar tais atividades. Com os livros não
seria diferente. É bastante comum o questionamento referente à relevância dos
e-readers e também quanto a preferência de leitura em livros físicos (impressos
em papel) e a leitura nesses e-readers, dispositivos eletrônicos que dispensam
a impressão e permeiam a leitura das obras no formado digital de forma bastante
prática e confortável em praticamente qualquer lugar sem depender do uso de um
computador convencional.
Alguns fatos envolvendo esses equipamentos
ainda deixam muita gente em dúvida no momento de optar pela utilização dos
e-readers. Ainda que muitos estejam adaptados a leitura de arquivos digitais no
computador nem sempre está claro o porquê nos e-readers a experiência é
diferente ou ainda, dependendo do objetivo particular de cada um, o porquê
talvez não sejam a melhor opção.
Há um “mito” de que os leitores digitais
devam ser capazes de ler qualquer tipo de arquivo digital sem que hajam
problemas, principalmente livros no formato PDF, fáceis de conseguir
gratuitamente na internet, mas evidentemente esses equipamentos apresentam
limitações bastante óbvias a esse respeito. Os dispositivos de leituras de
e-books (livros digitais) são dispositivos de leitura de e-books específicos! Nesse
momento você deve estar se perguntando: Mas como assim? Então vamos deixar as
coisas claras:
O PDF, formato desenvolvido pela Adobe
System, apesar de ser um “Portable Document Format” (documento de formato
portátil) tem um sistema de funcionamento diferente dos e-books nativos de cada
dispositivo de leitura. Digamos que esses aparelhos aceitam o PDF para “quebrar
um galho” devido a sua grande popularidade, não muito além disso, portanto a
exibição de um PDF em um e-reader geralmente é bem ruim e ainda que seja feito
pelo aparelho não é muito interessante para a leitura de livros inteiros.
Em
praticamente todos os leitores observa-se uma lista bastante extensa de
formatos de arquivos que os equipamentos aceitam, mas aceitar não é o mesmo que
apresenta-lo de forma adequada. Peguemos como exemplo o Kindle da Amazon, um
dos mais famosos e que basicamente criou e popularizou o conceito e a
tecnologia e-reader. Seu formato nativo é o AZW, praticamente todos – senão
todos – os e-books legais e originais distribuídos pela Amazon tem esse
formato, que por sua vez se adequa tão perfeitamente ao equipamento que supera
muito os livros físicos em termos de praticidade e recursos nativos, como
tradutor, dicionário instantâneo, regulador de preferência de tamanho de letra
e margens, exibição do tempo médio de leitura do capítulo e do livro inteiro,
anotações, aquisição de livros a partir do aparelho e download automático do
livro escolhido para o aparelho sem necessidade de ligá-lo com cabos a nenhum
computador, etc. O Kindle, e-reader do nosso exemplo, também se adequa
perfeitamente a outros formatos como MOBI, HTML, e TXT, oferecendo os mesmo recursos
em todos esses formatos citados, e os apresentando de forma bastante adequada à
leitura.
Mas não se iluda esses dispositivos, não
apenas o Kindle, não foram feitos para findar todos os seus problemas, ou
disponibilizar uma infinidade de possibilidades para quem não quer gastar nada
com livros e está afim de entupir o aparelho com quantos PDFs baixados puder
dando aquele “jeitinho brasileiro” colocando no pobre coitado uma infinidade de
arquivos que nem sempre são confiáveis, tanto no que se refere a conteúdo,
quanto no que se refere a integridade de arquivos. Vivemos num mundo
capitalista e convenhamos, vender livros digitais reconhecidos em leitores
digitais também vendidos pela empresa em questão é uma boa forma de lucrar alto
e manter a distribuição de direitos aos respectivos autores, ainda mais quando
se concentra o maior público especializado do mundo em um dado site no intuito
de fazer justamente isso, vender livros.
Nesse caso podemos observar que para as
corporações o e-reader torna-se apenas o meio que facilita o fim, a venda de
e-books. Para os usuários este aparato tecnológico também deve ser julgado como
um meio para a finalidade de consumir e ler conteúdos que se adaptem aos
recursos específicos do aparelho. Há no mercado programas de computador que são
capazes de realizar a conversão de arquivos para os formatos aceitos pelos
e-readers, mas nem sempre o resultado é o esperado, principalmente quando o
arquivo a ser convertido é PDF originado do scanner de páginas que em suma são
compiladas no formato de imagem. Portanto, se sua finalidade está voltada para
a exibição de conteúdos que vão muito além dos já citados até aqui, ou
exclusivamente PDF, não julgo ser uma boa opção, já que obviamente o
equipamento não foi desenvolvido para isso.
Enfim... Os e-readers infelizmente não são a
pedra da salvação para os indivíduos que não querem pagar nada pelas obras, são
mais uma alternativa para o CONSUMO de livros, que quando feito de acordo com o
especificado e comercializado pelo fabricante apresentam desempenho
satisfatório além de valores bastante acessíveis. Para você ler de forma
eficiente seus incontáveis PDFs recomenda-se os computadores ou tablets (mas
esteja disposto a arcar com a limitação da bateria), o que não ocorre nos
e-readers. Por fim, se você não gosta de ler no computador ou tablet, não está
nem um pouco afim de comprar livros digitais ou fazer conversões de formato de
arquivos em alguns programas para não arcar com o custo dos e-books a opção é:
Permaneça com seu livro físico, que é atemporal e com certeza perdurará ao
longo dos anos.
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