Enquanto o
sistema se estratifica cada vez mais, criando posições largamente aceitas de
superioridade e inferioridade, política, social, econômica, cultural, etc,
esquecendo de tratar as pessoas como tal, e sim como joguetes manipuláveis para
obtenção de mais e mais poder e “dinheiro”, a falta de equidade de maneira
geral cria anomalias que condicionam as pessoas (humanos) a situações de risco,
ou no mínimo inadequadas, e dão a isso o nome de “sociedade”...
Em SC hoje o que se observa é uma total falta
de controle sobre as ações de criminosos filiados a alguma facção criminosa, ou
com alguma “dívida” para com essas, funcionando de forma mais eficaz e
organizada que os próprios órgãos governamentais, pois diferentemente desses
órgãos, não são regidos por nenhuma norma que determine por quais processos
burocráticos precisam passar para queimar um ônibus ou ameaçar a vida de
milhares de pessoas, tão pouco precisam lidar com os delicados ditames dos “Direitos
humanos”. E o que é de espantar é a
potencial conivência dos governantes para com essas ações, assim como seu total
desprepara para lidar com essas, passando a se portar como reféns de chantagens.
Também é
notável que na era da “informação”, a exploração do tema por veículos midiáticos,
diariamente, vêm reforçar o medo às massas, e muitas vezes trazem opiniões
prontas e deturpadoras a respeito do assunto, focando nas conseqüências e não
nas causas primordiais (não essas imediatas e paliativas que visam “Por a culpa
em alguém”).
Há
criminosos? Sim! Por quê? Eles nasceram assim? Ou foi por uma série de fatores
e abandono social, e condições desaparelhas que os levaram para tal caminho? O
problema está na base meu povo! E salvo degenerações psicológicas graves, o
ambiente influencia de forma significativa o desenvolvimento dos humanos, mas
admitir e modificar o “ambiente” é MUITO mais complexo que simplesmente culpar
a polícia, a Canasvieiras, a prefeitura, e os bandidos...
Você, assim
como eu, num primeiro momento deve pensar “Nossa, mas isso é uma defesa clara
aos bandidos!”, Não! E de certa forma, sim!... Como cidadã, inserida na
sociedade tal como conhecemos hoje (é... isso ai... essa coisa desigual, cheia
de noções de “politicamente correto”, mas no fundo meio amoral), me choca a
possibilidade de ter que me locomover e deparar-me com bandidos prestes a
incendiar o ônibus no qual estou, arriscando a minha vida e as dos demais
passageiros, assim como depender do transporte coletivo da cidade (que por si
só já não é bom), e ter que encarar que o “não bom” ficou pior ainda por conta
de redução de horários e falta de escolta policial! E por conta disso sou
levada ao desejo comum: “que os responsáveis por essa situação paguem por seus
atos”... Não só criminosos... Governantes também... E Nós... Bem... Cidadãos...
Nós já estamos pagando, bem caro, diga-se de passagem! Mas como gente, não consigo pensar só no
resultado meus caros... Na falta do seguro dos ônibus, em quanto o rendimento
do comércio diminuiu, e em quantas pessoas estão atrasadas para seus trabalhos,
me frustra algo muito mais grave: “Por que essas pessoas estão onde estão?”, “Por
que há tantos menores participando dessas ações?”. Aí chovem teorias de “livre arbítrio”, “direito
de escolha”, ” país livre”, etc... Mesmo? Sério? Se acredita mesmo nisso?
No fim das
contas esse “negócio lucrativo”, o da política (essa tida por muitos, através
da ótica de uma difundida rotulação, como fonte de descrença), colabora para a
manutenção do sistema exatamente como o conhecemos, e geração de mais e mais
marginais, também a “democracia” que confere aos “cidadãos” status de mais bem
sucedidos de acordo com os bens que esses são capazes de adquirir, proliferando
então a desigualdade, a marginalidade e a falta de controle sobre essas
entidades que quando confrontadas revelam a fragilidade desse tal “sistema”.
E não... Só o
seu voto não faz nenhum milagre, é só mais uma obrigação democrática pela qual
você deve passar para colaborar com o sistema, e ajudar a mantê-lo
exatamente do jeitinho que ele está!